terça-feira, 27 de novembro de 2012

Retalhos chiques


Patchwork ou colcha de retalhos? A difereça? Um é chique e o outro não


Como dizia um sábio do forró:

"Se farinha fosse americana e mandioca importada, 

Banquete de bacana era farinhada!"

Dia desses estive pensando em como minha mãe é antenada e chique.
Qual a palavra da moda no momento? Sustentabilidade! Reciclagem, e reaproveitamento são a ordem da vez.

Pois bem, minha mãe nunca gostou de jogar as coisas fora... uns chamavam de "apego", outros achavam que ela gostava de lixo, muitos criticavam seus copos de requeijão cremoso na cozinha... o fato é que a chique da minha mãe sempre pensou que não precisava comprar um jogo de copos se já tinha aqueles à disposição, ou comprar vasilhames de plástico se aqueles de sorvete e manteiga serviam perfeitamente para o mesmo propósito.
Contudo,ela era pobre e naquela época isso não era moda, então, ela era incomprendida coitada... 
Mas ela estava tão à frente de seu tempo. Se todos os "ricos" críticos daquela época fizessem o mesmo, hoje talvez as sacolinhas de mercado não fossem tão marginalizadas. 

Falando um pouco mais sobre sacolinhas, na minha casa elas sempre foram bem aproveitadas para colocar o lixo, mas os fabricantes de sacos de lixo estavam lucrando pouco e a mídia logo achou de convencer-nos de que as sacolas de mercado poluem, mas os sacos pretos não porque estes são comprados porque são mais adequados para tal.

Agora voltando à moda, já perceberam como algo para ser chique, além de ser elogiado por alguma artista, só precisa receber um nome estrageiro?
Quem não se lembra das colchas de retalho que nossas avós faziam e usavam? Aposto como ninguém gostava delas até conhecerem o nome patchwork. Aí as colchas subiram de status, e de preço. Agora todos querem, acham lindo e pagam horrores por uma simples colcha de retalhos metida a besta (eu adooooro, mas me recuso a comprar uma numa loja chique e pagar um absurdo por algo que minha vó sabia fazer tão bem e não era tão bem remunerada!)

Minha mãe também adorava repintar as coisas ou encapá-las com papel ou tecido... mas isso na época não se chamava decoupàge, nem pátina ou coisa que o valha, então é lógico que não era tão bom quanto o que as artesãs fazem hoje e que cobram caríssimo.

Esses dois nomes são reconhecidos e especificam técnicas de artesanato, então não quero desmerecê-los, mas o princípio é o mesmo que minha mãe sempre adotou: reutilizar e reformar.

Entenderam agora porque não gosto dos rótulos? Porque critico os modismos burros? Porque acho importante evitar os estrageirismos? 

Minha mãe é mais esperta que qualquer um desta nossa geração, pois não precisou de tudo isso para fazer o que era certo, o que era lógico, o que era SUSTENTÁVEL.

Parabéns mamãe, a senhora é CHIQUE!


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